quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LUIS, VOCÊ NÃO SENTE VERGONHA?

Luis, vamos falar sério. Você acha mesmo que a nação basileira pensa que você não sabia da trama do Mensalão? Luis, como você mudou? Você vocifera, fala mal do Fernando Henrique a troco de nada. Qual é o medo que você tem dele? Se não fosse por ele você jamais teria chegado à presidência e é assimque você agradece? Que coisa feia! No duro, no duro, o que você pretende fazer do Brasil? Você sabe que não é competente, que não é capaz e que depende de outros para apoiá-lo e que esses outros vão orientá-lo a fazer o que eles querem, do jeito que eles querem e não do jeito que você acha deve ser. O Brasil está comunizando e você não é comunista, nem solcialista. Você é um sindicalista que lá atrás lutava pelos direitos de seus companheiros. Mas para ganhar a eleição você teve que aliar-se a um bando de fanáticos e você tornou-se subserviente. Eles deixam você dar a impressão que a idéia é sua, desque que você sempre faça o que eles querem, não é assim? SAbe, Luis, democracia deveria ser a vontade livre do povo expressar sua vontade, mas quando ele é comprado por falsas promessas, é iludido por fanfarronices, ele acaba achando que o pregador disso tudo é um homem capaz e o admira e ele é admirado assim como Hitler também foi, Napoleão foi, Mussolini foi. Até odia que descobrem que tudo era uma farsa e demorará anos para a nação se recuperar dos estragos que foram feitos. Você está arrazando o Brasil, Luis. O povo está tão insensível que nem mesmo a condenação impiedosa aos envolvidos no Mensalão, onde, naturalmente o PT, também, deveria estar esfacelado, faz com que ele acorde para a mentira que vivemos desde 2003. Você não fica chateado em saber que está enterrando o país? Note que não estou defendendo nenhuma outra pessoa ou partido, estou apenas expondo os fatos reais, a verdade sobre um partido que, fundado sob a égide da honradez, desfacela-se enterrado na mais fétida putrefação. Luis, sai dessa. Funde outro partido e mostre sua antiga cara. Você será muito mais feliz e, aí sim, o povo vai amá-lo de verdade e nãos suas tramóias.

METAMOROFOSE



Luis, eu estava revendo uma entrevista que você deu para o Milton Neves lá pelos idos 1993 e perguntado o que você achava do Collor você foi taxativo: Sinto dó dele. A gente esperava tanto dele para fazer alguma coisa pelo nosso país e ele monta uma quadrilha e é um verdadeiro ladrão. Mais ou menos isso.
Aí comecei a lembrar das vezes que fui à Vila Euclides, das estocadas que você deu no Sarney, de como você vilipendiou o Maluf e de como você era contra tudo aquilo que representava corrupção, desvio do dinheiro público, de honradez.
Fui notando sua mudança no de correr do tempo, até que em 2002, para ganhar a eleição você ficou bonzinho e depois de três derrotas foi eleito, graças à grandeza do FHC que agiu como estadista. Primeiro não se envolveu na campanha do Serra, entendendo que um presidente da república não pode fazer isso, depois abrindo as portas do governo três meses antes de sua posse para que tudo fosse averiguado.
A partir do dia que você tomou posse, você mostrou sua cara e o ódio enrustido que sentia do Fernando ficou estampado em todas suas ações e palavras.
Pegou todos seus planos sociais, que eram bons, mudou de nome e tornou-se o primeiro presidente desse país a olhar p ara o pobre.
Colocou todos seus correligionários em postos chave e tornou-se dono do país ao ponto de nunca se lembrar de que o cargo não é seu, é transitório. Você usou a presidência em benefício próprio e de seu partido.  O governo foi politizado.
O Sarney que você escrachou no passado tornou-se uma pessoa não comum, conforme suas próprias palavras. O Collor, chamado de ladrão, tornou-se parceiro. O Calheiros é amigo de futebol e pingas. O Maluf é seu comparsa.
Como pode, Luis? Como é possível tanta mudança? Será que o poder corrompe mesmo?
São muitas as coisas nas quais você está envolvido. Dólar na cueca, mala de dinheiro, mensalão, filho enriquecido rapidamente, você, dizem dono de dois bilhões de reais, também enriqueceu.
Que metamorfose, Luis.
O que mais me espanta é essa cara de santo que você faz nos palanques, como se fosse não só honesto, mas o único honesto do Brasil.                                      

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

APOCALIPSE

Estamos chegando ao fim de uma história que se não fosse a interfência cerrada da cupula do PT e do governo, já estaria resolvida há muito tempo. Está acabando o julgamento do Mensalão e agora o Lula não pode sair roncando, como fez quando saiu do governo dizendo que em um ano provaria que o mensalão não existiu. O Mensalão existiu, os envolvidos estão sendo julgados e condenados um a um. Não está ficando pedra sobre pedra, de tal forma que é impossível alguém, por mais fanático petista que seja, dizer que não houve mensalão. Não há como negar que o chefe de tudo é nosso ex e o fato de não ter sido arrolado, não significa nada, as evidências são mais fortes que qualquer prova material. O PT é um partido fundado por um trabalhador, o Lula, que admitiu em suas fileiras muitas eminências pardas, a maioar delas o José Dirceu, que se infiltraram no partido e tomaram conta de tudo. Mudaram a proposta inicial e automaticamente o rumo do partido e o Lula, feliz porque com esse infiltrados viu aumentar o número de eleitores - esquerdistas juntando-se aos trabalhadores das metalurgicas - ficou calado e assistiu o degringolar de toda a estrutura de fundação do partido. Hoje o Lula é um arregimentador de votos, mas não influi em nada nas ações do partido. Temos muitos homens probos candidatos pelo partido pelo Brasil todo, contudo, tenho pena deles, pois, não imaginam o que lhes espera pela frente caso vençam a eleição. Se restar um pouco de dignidade em nossa população o PT será alijado da política. O Lula disse ontem que o Brasil não seria o mesmo sem o PT e concordo plenamente com ele: COM ABSOLUTA CERTEZA O BRASIL NÃO SERIA MESSSMO O QUE É HOJE. Sinto vergonha quando entro no noticiario internacional e nossa pátria está lá, estampada, como se fosse uma republiqueta de bananas. Não, o Brasil não é o mesmo realmente e espero que volte ao que era e que a honradez, a honestidade, a probidade, o decoro, a lisura retornem ocupar a pauta de todos os políticos. Se nosso povo tiver um mínimo de bom senso o apocalipse está chegando para esses homens nefastos que ocuparam e -alguns - ainda ocupam o PT.

quinta-feira, 22 de março de 2012

NOSSA HISTÓRIA É UMA FARSA

NOSSA HISTÓRIA É UMA FARSA
Desde o começo a história do Brasil é contada de forma inverossímil. Diz ela que Cabral ficou parada por conta da calmaria, acabou desviando a rota e bateu na costa brasileira. Na verdade ele veio com os navios cheios de presentes para dar aos índios, pois, Américo Vespúcio já havia passado por aqui dez anos antes. Por que será que o nome do continente chama-se América?
Dom João VI decidiu instalar-se no Brasil. A história devia dizer que ele teve que fugir de Portugal porque a Espanha estava prestes a dominar seu território.
Chegando aqui, entre outras obrigações – entenda-se obrigação na acepção da palavra – viu-se forçado a abrir os portos para que a Inglaterra pudesse vender aqui seus produtos e levar daqui o que bem lhe conviesse, isso por conta dívida que Portugal tinha com o Reino Unido.
Um escravo fugidio, por nome Zumbi, construiu um forte em Palmares e começou a agir como seus conterrâneos do outro lado do mar: Invadia as vilas próximas, saqueava, estuprava as mulheres, fazia escravos os prisioneiros e mantinha-os sob um regime brutal. Quem fugisse era caçado e morto pelos seus capitães do mato e os que bem comportassem eram negociados com quem precisasse de escravos. Nos anos 70/80 do século passado os historiadores de tendência comunista inventaram a história do Zumbi justiceiro e de Palmares exemplo de comunidade comunista. Não era nada disso.
Mais à frente a princesa Isabel libertou os escravos e ninguém fala do acordo que ela havia feito com a Itália para a vinda de imigrantes de lá. Para os fazendeiros foi um grande negócio, eles eram obrigados a manter em seus domínios os escravos nascidos após a Lei do Ventre Livre, assim como, os com mais de sessenta anos, por conta da Lei dos Sexagenários. Os italianos seriam empregados com salários de fome e se não trabalhassem eram dispensados. Os negros foram jogados na estrada sem nenhuma contrapartida – sorte que se tornaram artesões de primeira qualidade, marceneiros, alfaiates, jardineiros, etc. – sorte, também aos italianos que logo descobriram que não era difícil comprar uma área e fazer a própria plantação, daí a grande quantidade de italianos proprietários de fazendas de café.
Lampião foi bandido, ladrão, sequestrador, estuprador, ruim que só o diabo, no entanto, desde os anos 70/80, os mesmos historiadores, estão tentando endeusar esse larápio, sua amante Maria Bonita e seus comparsas.
Desde meados dos anos 50, exemplificados em Juscelino e Jango, os comunistas do Brasil começaram a fazer seus movimentos. Infiltraram-se nos sindicatos, aliás, a exemplo de hoje, havia sindicato para tudo, até para Cortador de Cana com o Braço Esquerdo e começaram achar que era possível instalar o regime aqui. Com a renúncia de Jânio e ascensão de Jango o movimento criou força. Nasceram as mais variadas siglas e quem viveu se lembra, desde o início do ano de 62 já praticavam roubos à bancos e faziam incursões onde matavam e assaltavam, culminando com a morte do soldado Mário Kozel Filho. Nunca foi dito uma única vez a palavra democracia, pois queriam mesmo era estabelecer o comunismo, daí o motivo dos ataques às bases de quarteis. A morte de Kozel foi a gota d’água e foi instalado o malfadado AI5. Duro, mas necessário. Sem uma lei de exceção não havia como parar aqueles tresloucados insanos. Agora mudaram a história e os terroristas são todos uns anjinhos, uma doçura de pessoas que não estavam fazendo nada e foram levadas aos cárceres de forma violenta e tratados com animais. Os historiadores atuais não contam que esses coitadinhos matavam, assaltavam, tiravam o sossego da sociedade e que tanto fizeram que receberam o que pediram.
Chega de mentiras. Chega de historia politicamente correta. Chega de ódio.
SE necessário forneço a bibliografia.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O tempo da minha infância
(Desconheço o autor)

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria

A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração

Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pra tudo tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir
Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos



Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cowboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão

Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pegava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar

Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia



O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço

E ele achava um colosso
Tomar banho na mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com dezoito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso eu tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez
"O POLIGROTA"
É verdade matemática, que ninguém pódi negá,
que essa história de gramática, só serve pra atrapaiá.
Inda vem língua estrangêra, ajudá a compricá
Mió nóis cabá cum isso, pra todos podê falá.
Na Ingraterra ouví dizê que um pé de sapato é xu.
Desde logo já se vê, dois pé deve sê xuxu.
Xuxu pra nóis é um legume, que cresce sorto no mato.
Os ingrêis lá que se arrume, mas nóis num come sapato.
Na Itália diz até, eu não sei por que razão,
que como mantêga é burro, se passa burro no pão.
Desse jeito pra mim chega, sarve a vida no sertão,
onde mantêga é mantêga, burro é burro e pão é pão.
Na Argentina, veja ocêis, um saco é um paletó.
Se o gringo toma chuva, tem que pô o saco no sór.
E se acaso o dito encóie, a muié diz o pió:
''Teu saco ficô piqueno, vê se arranja ôtro maió!'
Na América corpo é bódi. Veja que bódi vai dá.
Conheci uma americana, doida pro bódi emprestá.
Fiquei meio atrapaiado e disse pra me escapá:
Ói, moça, eu não sou cabra, chega seu bódi pra lá!
Na Alemanha tudo é bundes. Bundesliga, bundesbão.
Muita bundes só confunde, disnorteia o coração.
Alemão qué inventá, o que Deus criou primêro.
É pecado espaiá, o que tem lugar certêro.
No Chile cueca é dança, de balançá e rodá.
Lá se dança e baila cueca, inté a noite acabá.
Mas se um dia um chileno, vié pro Brasir dançá,
que tente mostrá a cueca, pra vê onde vai pará
Uma gravata esquisita, um certo francês me deu.
Pergu ntei, onde se bota? E o danado respondeu.
Eu sou home confirmado, acho que num entendeu,
Seu francês mar educado, bota a gravata no seu!
Pra terminar eu confirmo, tem que se tê posição.
Ô nóis fala a nossa língua, ô num fala nada não.
O que num pode é um povo, fazê papér de idiota,
dizendo tudo que é novo, só pra falá poligrota.

SEU PEN DRIVE TEM BLU TUFE?

SEU PEN DRIVE TEM BLUTUFE?

Oswaldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:
-Moça, vocês têm pendrive?
-Temos, sim.
-Me explica o que é pendrive, pode me esclarecer? Meu filho pediu para comprar um...
-Bom, pendrive é uma peça na qual o senhor salva tudo o que tem no computador.
-Ah, É como um disquete...
-Não. No pendrive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. O disquete, que nem existe mais, só salva texto.
-Ah, tá bom. Vou querer.
-Quantos gigas?
-Hein?
-De quantos gigas o senhor quer o seu pendrive?
-O que é giga?
-É o tamanho do pen.
-Ah, tá.... Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
-Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
-Ah, tá. E quantos tamanhos têm?
-Dois, quatro, oito, dezesseis gigas.............
-Hmmmm, meu filho não falou quantos gigas queria.
-Neste caso, o melhor é levar o maior.
-Sim, eu acho que sim. Quanto custa?
-Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB?
-Como?
-É que para acoplar o pen no computador, a entrada tem que ser compatível.
-USB não é a potência do ar condicionado?
-Não, aquilo é BTU.
-Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB !
-USB é assim ó. Os dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.
-Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete.
-Lembra do disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso.
-Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
-Quem sabe o senhor liga pra ele?
-Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda nem aprendi a discar...
-Deixa ver. Poxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, flash, filmadora, radio AM/FM, TV digital, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e conexão wireless....
-Blu... Blu... Blutufe? E micro-ondas? Dá prá cozinhar com ele?
-Não senhor. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.
-Pra que serve esse tal de blutufe? ??????
-É para um celular comunicar com outro, sem fio.
-Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria...
-Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro celular, sem usar fio. Agenda de telefones, por exemplo.
-Ah, e antes precisava fio?
-Não, tinha que trocar o chip.
-Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...
-Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.
-Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?
-Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.
-E faço o quê, com o chip?
-Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.
-Sei, sim, portabilidade, não é? Claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então, que para ligar tudo isso no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões...
-Nããão! É tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isso. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde... pronto, está chamando.
Oswaldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:
-Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura. Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.
-Que idade tem seu filho?
-Vai fazer dez em março.
-Que gracinha...
-É isso moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.
-Certo, senhor. Quer para presente?
Mais tarde, no escritório, examinou o pendrive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes! Onde iremos parar?
Olha, com receio, para o celular sobre a mesa. "Máquina infernal",pensa. Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que seja especialista ou tenha menos de quarenta, saberá compreender.
Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um 'havy metal' infernal invade o quarto e os ouvidos de Oswaldo.... Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:
-Pronto, pai, baixei a música. Agora eu levo o pendrive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.
-Teu celular tem entrada USB?
-É lógico. O teu também tem.
-É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?
-Se o senhor não quiser baixar direto da internet...
Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo na Clarinha e disse:
-Sabe que eu tenho Blutufe?
-Como é que é?
-Bluetufe. Não vai me dizer que não sabe o que é?
-Não enche, Oswaldo, deixa eu dormir.
-Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?
-Claro que lembro, Oswaldo. Hoje é bem melhor, né?
-Várias coisas numa só, até Bluetufe a gente tem. E conexão USB também.
-Que ótimo, Oswaldo, meus parabéns.
-Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.
-Ué? Por quê?
-Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.
-Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.
-Ué? A nossa estragou?
-Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.
-Tudo isso?
-Tudo.
-A nova vai ter blutufe?
-Boa noite, Oswaldo, vai dormir que eu não agüento mais...
(autor desconhecido)